quarta-feira, 12 de maio de 2010

Família Isidro Nóbrega/Oliveira Lima & CIAS


Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim uma nobre domadora
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nua
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorando a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeita
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Me reinventar
Viver menina, morrer poetisa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

CONTADORES DE HISTÓRIAS


Vidas gêmeas separadas pelo destino, até o dia que nós nos conhecemos
na Universidade, estávamos na mesma classe de Mestrado em Ciências da
Educação, quando logo de cara, arrancamos as nossas máscaras e
descobrimos que tínhamos muito em comum: como se tivéssemos uma
ligação mágica, mesmo que separados no pelo tempo e a geografia, até
aquele encontro...
Filhos de pais semi-analfabetos, embora fossem excelentes contadores
de histórias. Quando crianças, sentávamos a beira de uma fogueira no
meio da rua para ouvir histórias, contadas pelos mais velhos, todos
ficavam maravilhados. Ficávamos, também a noite sentada sentados na
calçada contando estrelas até perder a conta...
Subíamos em árvores, pisávamos em poça de lama após uma chuva de
verão, represávamos as águas que escorriam ladeira abaixo, era um
alegria só.
Roubávamos goiabas da goiabeira da vizinha. Colhíamos florzinhas
silvestres e sementes na beira da estrada para brincarmos,
confeccionávamos os nossos próprios brinquedos, de latas de óleo,
madeira, enfim, não importava que materail fosse, nós os criávamos.
criávamos.
Nos embrenhávamos na Caatinga adentro, atrás de umbu, fruta nativa da
região. Nas tardes de domingos íamos as matinês ver os seriados de
Durango Kid, Falcão Negro; os filmes do gordo e o magro, e do grande
mestre Charles Chaplim, afinal como poderíamos esquecer que desde de
¨pinguinhos de gente ¨ já amávamos a arte arte feito gente grande.
Líamos cordel, contos árabes, alguns clássicos de: Cervantes,
Sheakespeare, Dante, Moliere, e até gibis.
Tínhamos a mania de, quando deitados em nossas redes, ficar balançando
até certas alturas, parecia que iríamos voar...
Era a idade da peraltice, traquinagem de sonhar, de imaginar coisas,
de criar fantasias...
Éramos muito sonhadores e, aliás, ainda somos. Nunca deixamos.
Vivíamos com muita simplicidade, como era peculiar da vida do
interior. Éramos pouco abastados, mas felizes, éramos sim!
Brincávamos com feixes de luz vindos pela fresta do telhado, fazíamos
disto um grande espetáculo, fazendo projeção com as películas cortadas
que adquiríamos com o zelador do cinema, era uma maravilha.
Hoje, percebemos que crescemos e que até os nossos cães de estimação
envelheceram, mas continuamos acreditamos em magia, acreditando em
fantasia e por que não dizer que nos transformamos juntos em
destemidos contadores de histórias.

Paulo Roberto Lopes da Silva
Maria Socorro de Araújo Lopes

domingo, 2 de maio de 2010

EU SOU DANIEL




e
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eu so
eu so
eu so
eu sou
eu sou
eu sou
eu sou
eu sou
eu sou D
eu sou Dan
eu sou Dani
eu sou Danie
eu sou Daniel

UMA CARTA PARA GABRIEL






Você é meu irmão mais engraçado... adorei quando vc veio a Natal passar uns dias comigo... foi tudo muito divertido... adoro ver suas respostas engraçadas para todas as situações... Adora futebol, computador... é um pouco preguiçoso para estudar... mas é curioso e inteligente, isso é bom... Bondade, isso também faz parte de sua pessoinha... O maior arrependimento de minha vida, foi uma vez que te dei uma surra...kkkk, fiquei com tanta pena desse moleque... Continue assim biel, da paz!!! Eu me orgulho muito de vc... conte comigo sempre... xauz!
Alan de Araújo Roque

EU SOU CAMILA






É tão simples descrever – me, sou do tipo de pessoa que não se importa muito com o que os outros acham de mim. Sou meiga, gosto de fazer natação, não dou do tipo que estuda para valer, amo minha família e meus amigos, tenho um gosto musical muito variado.
Sou autêntica, tenho meu próprio estilo, não costumo copiar os outros. Adoro viajar, fazer novas amizades e auto descobertas. Sou uma garota de poucos amigos, mas, porém, tenho amigos “verdadeiros”. Amo conversar, contar um pouco da minha história para as pessoas que estão ao meu redor, e até quem sabe... Poder ensinar algo de gratificante para eles.
Não costumo ter mais de uma opinião formada sobre algo, gosto da natureza, das plantas e dos animais. Sou canhota, adoro tirar fotos, em paisagens naturais de preferência. Às vezes sou arrogante, abusada e até mimada. Não me arrependo de nada que fiz ou faço, apenas do que deixei de fazer. Não gosto de seguir regras.
Odeio química, física e matemática. Nunca tive aniversário supressa, tenho amigos que me ajudam quando preciso, que me dão bons conselhos. Tenho três irmãos, que me tiram do sério, mas não sei o que seria da minha vida sem eles, são a razão da minha vida. Minha mãe adora me surpreender, já meu pai é mais fechado.
Gosto do frio, da chuva. Não vivo sem internet! Meu humor costuma mudar frequentemente, deixo as pessoas que eu mais amo triste, com algumas atitudes imaturas, sei perdoar, mas também sei admitir que errei, quando faço algo que não poderia ser feito. Costumo respeitar quem me respeita, admiro as pessoas simples. Existem várias pessoas que me amam por ai.
Tenho mania de roer minhas unhas, não suporto falsidade, me apego facilmente as pessoas. Queria ter um cachorro como animal de estimação, gosto de chocolate. Prefiro azul do que rosa. Gosto de sapos de pelúcia. Prefiro cabelo preso, tenho preferência por roupas claras, não sigo tendências, gosto de andar descalça em casa. Tenho medo de escuro.
Minha melhor amiga sabe todos meus segredos. Meu signo é virgem, meus pais são separados, tenho um irmão estudioso, um danado e outro mestre em botânica. Falam que sou estranha, emotiva, extrovertida. Posso ser tudo isso, que você acabou de ler, ou simplesmente nada. Tudo depende de seu ponto de vista.

Camila de Araújo Lopes

EU SOU ALAN



As flores seguem em seus mistérios: Vestem meu olhar numa ciranda matinal, formando um arco íris por onde posso flutuar. As cores que não posso perceber, se desdobram em um cândido perfume, que permitem que eu sinta dentro mim, flores.

Sou Alan, simples, calmo, amigo e adoro conversar. Só que sou muito sozinho. Sorrio muito e bem alto, mas sou super mal-humorado na maioria das vezes. Sou ancioso demais, mas também sou corajoso. Amo meus amigos e a eles digo tudo na lata. Eles sabem que sou fraco, mas que sou bastante forte. Curto a natureza e nada é melhor que andar descalço numa grama. Nada é melhor que olhar o céu de noite e procurar as constelações; escorpião e o cruzeiro do sul. Assisto televisão demais e ela não me deixa ver o céu estrelado. Espeto meu pé num galho de jurema e falo palavrão. Mas me calo ao ver uma jurema florida. Como demais, tenho dor de barriga de tanto comer e sou magro. Ainda tomo suplemento alimentar. Adoro comer manga e me lambuzar, mas sou certinho demais para fazer isso. Sinto saudades de manhãs distantes de uma féria perdida. Onde se tomava café de leite com pão assado ouvindo violeiros do Seridó. Minto quando é preciso (e quando não é também) e consigo ser sempre verdadeiro. A omissão é minha melhor arma. Algumas pessoas me adoram e sabem como sou. Algumas me detestam e não sabem como sou. Amo meus irmãos e quero mostrar o futuro a eles, embora ache que meu futuro esteja bem longe daqui. Sinto o cheiro da Caatinga em dias quentes de verão e penso que meu futuro é aqui. Gosto de ler, mas tenho muita preguiça. Às vezes não tenho ânimo nenhum para estudar. Mas me esforço muito e estudo ao meu modo. Sou bastante negativo, mas a esperança esta presente em minha vida. Detesto intrigas e fofocas, mas elas me perseguem. Tenho grandes amores que estão bem longe de mim. Grandes ódios que convivem comigo. Quero andar um dia de bicicleta com meus afilhados e mostrar a eles uma Ebiratã e quem sabe as plêiades na noite nordestina. Quero ser feliz, mas tenho medo de no fim não dá certo. Aí me lembro que se não deu certo é porque ainda não é o fim. Sou covarde e tenho medo da morte, mas tenho um grande desejo de encontrá-la. Tenho lembrança de coisas que não me aconteceram e esqueci de coisas que já vivi. Falta-me dinheiro e mesmo assim gasto compulsivamente. Pago todas as minhas contas em dia. Ajudo a quem precisa, mas tenho que acreditar quem realmente precisa. Falta-me um romance, mas insisto em ter meu coração vazio. Escuto os mais velhos, mas nem sempre sigo seus conselhos... A se eu pudesse contar... Sou falso, mas preciso viver. Meus pais alguma vez me disseram que me amavam. E eu me esqueci de tudo isso. Sou critico e criticado. Sou inseguro, mas sei o que quero, só preciso ouvi uma opinião. Vi o sofrimento de perto e não entendi porque sofria tanto. Vejo o sofrimento de longe e não sei porque sofri tanto. Já fiz coisas erradas e me arrependo até hoje. Faço fotografias e elas são belíssimas, embora eu seja tão feio. Minha avó me diz que sou lindo, mas ela é quem é. Tenho saudades de meus amigos que se foram e dos que ainda estão comigo. Tenho certeza que nasci, falta-me crescer. Tenho um grande amigo que é o bicho! Tenho um bicho que é meu grande amigo!
Quero de volta a minha infância, mas já sou adulto... Quero o balanço da rede de minha mãe em dia que a chuva toca o telhado... Quero os lambedores de minha avó que já se foi... Quero passear de caminhonete com meu pai... Quero sofre um tombo na rua e ter que limpe as feridas... Quero que alguém diga que me ama, para que eu possa dizer: Eu também. Talvez eu nunca tenha mostrado meus sentimentos a quem merecia... E você me mostrou os seus sentimentos? Não me peça para eu ser o que eu não sou. Não te pedirei para gostar de mim. Mas por favor, me entendam...





Vc é meu irmão caçula. Meu pequeno. Meu bebê. Minha força. Minha coragem. Meu sorriso. Minha vontade. Minha sinceridade. Minha luta. Minha busca. Minha saudade. Minha eternidade. A única raiva que vc me faz Dani, é querer crescer!!! Queria vc assim para sempre... Meu guri... Mas o tempo passa e eu sinto vc escorregando pelas minhas mãos... e ai eu penso: que homem será o meu Daniel? Um doutor, um advogado, um cambista, um astronauta, motorista? Será que vai casar? Ter filhos? Se apaixonar? E ai vem meu conforto... Não tenho medo do seu carater meu irmão: vc é bom, tá na sua essência. Pessoas como vc não mudam... e é aí onde vai morar o meu Dani de ontem... em seu coração!!! Te amo bem muitão, Coma o almoço todo.... Alan (o mais velho)!....